quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Andorinha.



Andorinha.Progne subis
Período Migratório: setembro a fevereiro
Locais de observação: Mata ciliar rio Cuiabá, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 198 do Guia das Aves
Visitante da América do Norte, chega ao Pantanal no final de setembro e permanece até fevereiro, com os maiores números em outubro. Nesse mês, em Porto Cercado, é possível encontrar bandos de até 2000 andorinhas dessa espécie pousadas nos cabos de aço que atravessam o rio Cuiabá ou na torre de rádio do hotel em Porto Cercado.Do tamanho de Progne chalybea, os machos adultos são todo negros com a cauda e as asas cinza escuro. As fêmeas são muito parecidas a essa espécie, tendo uma pequena área clara na testa e quase um colar mais escuro no peito. Como essas características são muito difíceis de ver com a ave movimentando-se ou de longe, os machos servem como melhor referência para identificação positiva. As duas espécies pousam junto e usam os mesmos dormitórios, de maneira que a identificação pode ser complicada. Observando-se o macho, deve-se ter cautela para determinar Progne chalybea.Caçam insetos em bandos, onde todas as andorinhas grandes estão próximas, às vezes com as pequenas também. Nos ambientes naturais do Pantanal, costumam ficar perto dos rios maiores em suas caçadas diárias. No entanto, migrando podem ser vistas em qualquer ponto.Reproduzem-se nos Estados Unidos e pequena parte do Canadá. Os maiores grupamentos são encontrados no norte e oeste do estado de São Paulo, onde dormem em concentrações de até 70.000 andorinhas em parques no meio de cidades como São José do Rio Preto e Ribeirão Preto, entre outras.

Andorinha.



Andorinha.Progne chalybea
Período Reprodutivo: agosto a novembro
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Campo, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 198 do Guia das Aves
Uma das maiores andorinhas do Pantanal, é semelhante a Notiochelidon cyanoleuca em termos de cores, exceto pelo tom acinzentado dos lados da cabeça e parte dos lados do pescoço. A bifurcação na cauda é mais notável (foto). Em termos de tamanho é mais do que o dobro da outra, pesando acima de 40 gramas, contra os 12 gramas daquela. Pousadas, as asas cruzam-se sobre a cauda e passam-na em comprimento.Reproduzem-se nos beirais das casas, mostrando a sua adaptação à presença humana. Constroem um ninho com barro e folhas, no formato de tigela. Apanham materiais macios para forrar o interior, tais como penas de outras aves. Nidificam entre julho e outubro, com os filhotes saindo do ninho sem o tom brilhante da plumagem.A população do sul do continente é migratória e deve passar pelo Pantanal em seus movimentos. Entretanto, um grupo residente garante a observação da espécie ao longo de todo o ano. Grandes bandos, com até centenas, são vistos em setembro e outubro, podendo ser os migrantes no caminho para o sul.Observada em toda a RPPN, seja nos deslocamentos diários, seja nas migrações. Caça insetos em vôos próximos ao chão ou a grande altura. No período de vôo das tanajuras ou içás (fêmeas das formigas saúvas) ficam circulando a mais de 50 metros de altura, caçando-as. A torre de rádio do hotel em Porto Cercado, os fios de luz e os cabos de aço sobre o rio Cuiabá são pousos muito utilizados durante o dia. À noite, dormem sob os beirais das construções de Porto Cercado. Observadas em todas as cidades pantaneiras, em Cuiabá e até nas maiores cidades do sudeste, como Rio de Janeiro e São Paulo.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Andorinha.



Andorinha.Phaeoprogne tapera
Período Reprodutivo: agosto a dezembro
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Campo, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 197 do Guia das Aves
Do tamanho das seguintes, suas asas são ainda mais longas. Ocorre em toda a América do Sul, reproduzindo-se em buracos de cupinzeiros e ninhos antigos de joão-de-barro. Ela ativamente procura tirar o joão-de-barro de seu ninho, em alguns casos. Dentro, constrói uma pequena tigela com capins e forra com material macio, como painas e penas das outras aves, um padrão para todas as andorinhas. Essas penas, muitas vezes, são pegas no ar, enquanto o vento as carrega.As aves do sul do continente migram para a América Central a partir de abril, devendo passar pelo Pantanal em seus movimentos. Porém, a população pantaneira é residente no todo ou em grande parte. Pousa e voa com as outras andorinhas grandes, de quem destaca-se pelo tom acinzentado da plumagem das partes superiores, mais escuro ao redor dos olhos e alto da cabeça, parecendo uma máscara, efeito ressaltado pela pequena área clara dos lados do pescoço e nuca (foto). No peito, a área mais escura em leve contrasta com o restante, bem claro.Nos planeios ou quando bate as asas para alçar vôo dobra um pouco a coluna, parecendo estar corcunda. O planeio costuma ser feito com as asas e cauda mais baixas do que o corpo, ressaltando esse efeito e mostrando a área branca atrás da asa (foto).Pode ser vista em vôos altos que faz na caça de insetos. Pousa e dorme junto com as outras andorinhas grandes. Seus chamados são mais graves e baixos do que os chilreados alegres de Progne chalybea.

Andorinha.



Andorinha.Tachycineta leucorrhoa
Período Reprodutivo: agosto a novembro
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Campo, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 196 do Guia das Aves
A semelhança com a espécie seguinte é ressaltada pela grande área branca nas costas, comum a todas as andorinhas desse gênero. A melhor característica a distingui-la é a plumagem escura, com leve iridescência azulada sob luz intensa. A asa da ave adulta é toda escura na parte superior (foto).Ocorre no rio Cuiabá ao lado da espécie precedente, também reproduzindo-se nos barrancos do rio e corixos dessa área da RPPN. Entretanto, não fica vinculada aos corpos d’água e pode ser encontrada em toda a reserva, inclusive nos cerrados das partes central e norte. Procura os ambientes abertos e cerrado mais ralo, voando sobre as árvores ou entre os capões de cerrado. Não penetra na parte interna das matas e cerradões.Pode ser encontrada em todo o Pantanal, bem como em todo o centro-oeste. A população sulina é migratória e deve passar o outono e inverno austrais na planície pantaneira, onde encontra as aves residentes.Caça insetos sobre os rios ou à baixa altura do chão, além de sobrevoar as árvores do cerrado em caçadas ao longo do dia. Vive em casais e, em migrações, podem ser encontrados bandos de algumas dezenas, às vezes voando em uma direção pré determinada e a pouca altura do chão.

Anambezinho



Anambezinho, Araponguinha .Tityra cayana
Período Reprodutivo: julho a dezembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 170 do Guia das Aves
A grande característica para diferenciá-la da espécie anterior é a área de pele nua e vermelha ao redor dos olhos, ligada ao bico vermelho nos 2/3 do comprimento desde a base (ponta negra). Essa coloração é visível em vôo, com boa luz lateral. O macho possui a plumagem cinza clara, levemente mais escura nas costas (foto). Na fêmea e aves juvenis, peito e costas fortemente rajados de cinza escuro (foto). As aves juvenis não possuem a pele ao redor dos olhos vermelha, no máximo róseo. Todas as demais características como na espécie anterior.Os hábitos também são idênticos, habitando a parte alta das matas e visível nos mesmos locais em todo o Pantanal. Também frequentam áreas bem arborizadas das cidades.Os dois anambezinhos constroem seus ninhos em buracos abandonados por pica-paus. Levam folhas e capins para o interior, em um trabalho dividido pelo casal. Entre julho e dezembro estão envolvidos com a reprodução, sendo notáveis nos vários ambientes florestais da RPPN. Com a cheia, tornam-se menos notados. Podem mudar o comportamento, tornando-se mais discretos ou efetuar migrações ainda desconhecidas.Outra característica marcante nas duas espécies é o canto. Não parece com nenhuma outra ave, ambas emitindo um chamado anasalado semelhante a um anfíbio. Comunicam-se entre si usando esses chamados e, uma vez aprendido, torna mais fácil localizá-las no meio da vegetação da copa.

Anambezinho



Anambezinho, Araponguinha .Tityra inquisitor
Período Reprodutivo: julho a dezembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 169 do Guia das Aves
As duas espécies de anambezinho são muito parecidas, com a cabeça relativamente grande em relação ao corpo e, em especial, à cauda. Bico forte e longo, muito útil na separação das espécies.Alimentam-se de insetos e outros invertebrados, com uma boa quantidade de frutos; muito atraídas pelos jenipapos (Genipa americana) maduros. Vivem em casais, ocasionalmente solitários ou em grupos familiares. Árvores com frutos atrativos podem congregar pequenos grupos aleatórios de anambezinhos das duas espécies.Ambas estão sempre na parte superior da vegetação, pousando facilmente em galhos expostos, árvores isoladas ou cruzando rios e áreas abertas em seus característicos vôos ondulados.Um pouco menor que o próximo, com a plumagem do corpo branco imaculado (a fêmea com riscos amarronzados nas costas). Esse tom destaca-se em vôo e depois de várias observações de ambas espécies podem ajudar na distinção. Na cabeça, as principais marcas diferenciadoras. Macho com capuz e bico negros, mesma cor das asas e cauda (foto). Fêmea e macho juvenil com uma grande área castanha nos lados da cabeça e fronte mais clara, separando o capuz negro do bico (foto). Os juvenis possuem a plumagem do corpo cinza mais escuro, com riscos nas costas e região ventral.Vivem em todos os ambientes florestais da RPPN e do Pantanal. Pela facilidade com que cruzam ambientes abertos, podem ser observados em qualquer ponto da reserva. Visitam áreas urbanas com boa arborização, sendo notáveis nos jardins do hotel em Porto Cercado, bem como em Poconé e Cuiabá.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Amassa-barro




Amassa-barro (BM), João-de-barro .Furnarius rufus
Período Reprodutivo: julho a novembro
Locais de observação: Cambarazal, Campo, Cerrado.
Você encontra essas informações na página 155 do Guia das Aves
Uma das aves mais conhecidas ao sul da Amazônia por seu característico ninho de barro. Incansavelmente construído a partir de pelotas de barro amassadas (razão dos nomes comuns), misturadas a folhas e gravetinhos, o joão-de-barro adquiriu a fama de trabalhador incomparável e exemplo para os preguiçosos. Pelo tamanho de cada pelota, a casa construída pelo casal é de uma estrutura admirável. Em cerca de duas semanas está pronta para uso. No interior, há a câmara onde é feito o ninho propriamente dito, com gravetos e forrado de folhas. Entrada estreita, com um pequeno corredor até o ninho. Essa forma deu origem a uma das maiores lendas dessa ave. Sentindo-se traído pela companheira, o macho a encerraria no ninho para morrer. É claro, pelo tamanho de cada pelota carregada, que isso é impossível. Provavelmente, ninhos abertos com esqueletos de filhotes ou adultos mortos levaram a essa interpretação. O ninho é construído em galhos horizontais de árvores nas bordas de mata e capões. Essa espécie é ave de ambiente aberto, não penetrando na mata. No Pantanal, utiliza-se dos cupinzeiros como base para seu ninho, para permanecer fora da área de inundação, por utilizá-lo o ano inteiro. Após a reprodução, casal e filhotes dormem em seu interior. Moirões de cerca e postes também servem de base. Se não é perseguido, caminha tranqüilamente em terreiros e jardins, algumas vezes construindo ninhos em vigas de casas. Habita áreas urbanas, como as cidades de Poconé e Cuiabá, no Pantanal. Também é interessante como, ocasionalmente, mais de um ninho é construído sobre o antigo. Fazem verdadeiros edifícios de apartamentos nesses casos. Alimenta-se de insetos, pegos no chão em caminhadas com seu característico porte ereto, de passadas medidas. Ao voar, nota-se a faixa amarelada nas asas. O corpo é todo amarronzado, mais claro no ventre. De perto, nota-se a garganta branca e a faixa superciliar. Ocorre em todos os ambientes abertos da RPPN, sendo observado nos jardins do hotel em Porto Cercado. Pela manhã, mas também a qualquer hora do dia, o casal faz um dueto alto, próximos entre si, enquanto entreabrem e batem um pouco as asas. Começa com sílabas separadas, acelerando e aproximando-as no final. Gostam de cantar perto do ninho. Depois que o joão-de-barro abandona um ninho, várias aves utilizam-no para reprodução, como os canários-da-terra, tuins, andorinhas e outras. A estrutura resiste por anos à chuva.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Alma-de-gato



Alma-de-gato, Rabilonga (BM), Chincoã.Piaya minuta
Período Migratório:
Locais de observação: Cambarazal, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço.
Você encontra essas informações na página 118 do Guia das Aves
Versão em miniatura da espécie anterior, possui os mesmos hábitos gerais. A plumagem é mais escura, toda marrom avermelhada e com um leve tom de cinza no ventre. O comprimento total é menor do que a cauda da outra rabilonga.Vive nas matas ribeirinhas dos rios Cuiabá e São Lourenço, bem como no Riozinho e mata seca da parte central e sul da RPPN. Não costuma ser vista atravessando áreas abertas; tampouco fica nas partes baixas e bordas da vegetação. Sua área de movimentação preferida é a parte interna da copa e região logo abaixo dela.Os chamados são também parecidos. No entanto, os sons produzidos são mais fracos do que a espécie anterior. Um dos chamados de contato com o outro membro de um par é semelhante ao de uma perereca arborícola. Vive solitária ou em casais, caçando insetos e aranhas no meio da folhagem e troncos.Espécie característica da Bacia Amazônica, o limite sul conhecido de sua distribuição está na região da RPPN.

Alma-de-gato




Rabilonga (BM), Alma-de-gato , Chincoã.Piaya cayana
Período Reprodutivo: julho a dezembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 118 do Guia das Aves
A estrutura do corpo e cauda é semelhante aos papa-lagartas, sendo muito maior. Somente a sua cauda é do tamanho de um papa-lagartas. Apesar de ser mais volumosa, anda na vegetação mais fechada, pulando de galho e galho como um sagui, embrenhando-se entre as folhas e cipós. Para uma ave que chega a 50 centímetros de comprimento (com a cauda), é surpreendente a dificuldade de detecção. Como nos papa-lagartas, as longas penas da cauda possuem tamanhos diferentes, as mais longas no centro e diminuindo para as bordas. Cada uma dessas penas termina em uma ponta branca, em forte contraste com o negro da parte de baixo das mesmas. Por cima, são marrom avermelhadas, mesma cor das costas, alto do pescoço e cabeça. A garganta, pescoço e parte do peito são levemente alaranjados, enquanto o restante das partes inferiores são cinza azulado. Bico amarelo esverdeado, longo. Em volta dos olhos, a pele nua é vermelho vivo e os olhos são avermelhados.Devido à enorme cauda, é conhecida como rabilonga na região da RPPN, enquanto o nome alma-de-gato, usado em grandes partes do sul e sudeste brasileiros, deve-se à dificuldade em observá-la. Já chincoã é o nome em parte da Bacia Amazônica, repetindo o som de um de seus chamados mais comuns, onde a primeira parte (chin) é alta e rápida, enquanto a segunda é longa e mais grave. Além de seus chamados característicos, imita o canto de outras aves.Aparece em todos os ambientes fechados da reserva, podendo ser vista em vôos entre as margens dos rios Cuiabá ou São Lourenço, bem como atravessando campos abertos entre capões na parte central. Nesses vôos, onde bate a asa e plana, intercaladamente, balança muito a cauda junto com o batimento das asas.Insetívoro, pode caçar sozinha ou em casais. É membro assíduo dos bandos mistos, onde várias aves associam-se em seus deslocamentos pela mata ou cerrado. Escutando-se a rabilonga e a encontrando, ao redor é possível observar uma série de outras aves.


Alegrinho.




Alegrinho.Serpophaga subcristata
Período Migratório:
Locais de observação: Cerradão, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 191 do Guia das Aves
Uma das aves de difícil detecção, seja pelo seu pequeno tamanho e cores apagadas, seja por seus hábitos. Vive na parte alta da copa da mata, deslocando-se quase na ponta dos galhos, mas ainda encoberta pelas folhas. Entretanto, é confiada e pode ser encontrada na borda das matas em menores alturas. Responde a uma gravação do seu canto, a primeira forma de detectá-la.Menor do que o risadinha, quando eriça o topete pode-se notar a faixa clara ladeada de duas faixas cinza escuro. Costuma mantê-lo semi-ereto. Listra superciliar clara notável, com um fio escuro atrás do olho. Barriga amarelada, com o peito cinza. Duas faixas claras nas asas e penas longas de vôo com a borda clara.São vários chamados, mas o canto mais característico é composto por uma ou duas notas agudas, espaçadas, seguidas por uma seqüência de notas aceleradas. Repetindo de forma contínua, dá origem ao nome comum.Registrada uma vez na RPPN, na mata ciliar do rio Cuiabá. Ocorre em matas ciliares, matas secas, cerradões e ocupa áreas urbanas com boa arborização.

Águia-pescadora




Águia-pescadora.Pandion haliaetus
Período Migratório: setembro a março
Locais de observação: Brejos, Cambarazal, Campo, Cerradão, Cerrado, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca, Rios, corixos e baías.
Você encontra essas informações na página 76 do Guia das Aves
Ave migratória da América do Norte, onde reproduz-se em uma larga faixa do continente. A maior parte dos indivíduos encontrados no Brasil foram anilhados na costa leste americana, entre os estados da Virgínia e Massachusetts. Embora sua reprodução ocorra exclusivamente no Hemisfério Norte, entre maio e agosto, são observados exemplares durante todo o ano no Brasil. Devido à maturação sexual após o segundo ou terceiro ano de vida, as águias-pescadoras observadas por aqui durante o período reprodutivo devem ser exemplares juvenis.Essa ave foi fortemente atingida pelos impactos negativos dos pesticidas organoclorados (como o DDT e o BHC), usados a partir da Segunda Guerra Mundial na agricultura. Como esses produtos interferem no sucesso reprodutivo e essas aves concentraram-nos, a partir de seu alimento, a águia-pescadora quase foi extinta na década de 60. Com a proibição de seu uso, houve uma forte recuperação populacional, patente na facilidade de observar, atualmente, a espécie em locais onde era desconhecida há alguns anos.Alimenta-se, quase exclusivamente, de peixes entre 150 e 300 gramas de peso, capturados de forma especial. A águia-pescadora fica circulando sobre a água (um rio ou baía), às vezes voando no mesmo lugar (peneirando) até localizar o peixe na superfície ou logo abaixo dela. Nesse instante, baixa, rapidamente, e apanha a presa com as garras dos dois pés. Ocasionalmente, o peixe está em profundidade que a obriga a mergulhar o corpo e cabeça, mantendo as asas fora d’água. Imediatamente após a captura, voa para um poleiro tradicional, onde o mata e come. Para poder segurar bem o peixe, além das garras finas, possui uma série de pequenos espinhos na sola dos dedos, evitando que ele escorregue, devido às escamas e ao muco de proteção. Outra característica anatômica especial é dada pelo quarto dedo dos pés. Enquanto os gaviões possuem três dedos para a frente e um para trás, o mencionado dedo da águia pescadora tanto pode ficar para a frente, como para trás, facilitando a pesca.Seu formato e cores também são exclusivos. Pousada em um galho próximo ao rio, a máscara destaca-se imediatamente (foto). O juvenil é semelhante, com as costas um pouco amarronzadas.Voando, além de se notar a característica distribuição de cores, apresenta uma asa longa, grande em relação ao corpo. Ela é mantida dobrada no meio, como um cotovelo em “V” à frente do plano da cabeça. Por baixo, do cotovelo até as penas longas da asa, possui uma área negra e visível. As batidas são lentas, ritmadas e características. Ocasionalmente, usa as correntes aéreas para vôo alto. A cauda é curta e pouco notável na silhueta de vôo.Pode ser facilmente observada sobrevoando o rio Cuiabá e usa as grandes baías da região sudoeste da reserva para pescar. Como pesca usando a visão para localizar o peixe, necessita de águas claras, característica pouco comum no rio São Lourenço, devido ao sedimento em suspensão, sendo ali rara. Cruzando a RPPN, pode ser vista voando em toda a reserva.


terça-feira, 11 de agosto de 2009

Acauã



Acauã, Macauã .Herpetotheres cachinnans
Período Reprodutivo: julho a dezembro
Locais de observação: Cambarazal, Cerradão, Mata ciliar rio Cuiabá, Mata ciliar rio São Lourenço, Mata Seca.
Você encontra essas informações na página 77 do Guia das Aves
Os gaviões e falcões são muito parecidos entre si. O acauã é um falcão especializado em caçar cobras, praticamente o único alimento que apanha. Para isso, fica pousado em galhos altos, expostos, de onde patrulha as imediações. Apanha tanto as cobras no solo, como entre a vegetação.Seu formato é único entre os gaviões e falcões. Bastante cabeçudo, possui uma máscara negra estendendo-se dos olhos até a nuca (na foto, esticando a asa esquerda, espreguiçando-se). A cauda, longa e negra, possui 5 listras brancas estreitas. O olho é negro, com a pele em volta das narinas e os pés amarelados. Bico negro. As penas do alto da cabeça tanto podem estar abaixadas, formando uma silhueta arredondada, como eriçadas, aumentando o tamanho da cabeça.Em vôo, as asas parecem curtas e arredondadas, pequenas em proporção à cabeça e cauda. Bate as asas de modo especial, rapidamente e em pequena amplitude, parecendo estar fazendo um grande esforço para voar.No entanto, outra característica torna essa ave uma das mais conhecidas no Brasil. Cada casal delimita um território de caça próprio (algumas medições chegaram a valores entre 400 e 2.500 ha). Para demarcá-los, possuem um grito longo, começando com chamados sequenciados, graves e curtos, semelhantes a uma risada, os quais aumentam em intensidade e duração, até chegar à frase final, traduzida como acauã ou macauã (o primeiro “a” ou “ma” separado por um pequeno intervalo). Esses chamados duram vários minutos (já foram escutados por 9 minutos sem intervalo). Pode ser dado por um indivíduo solitário ou pelo casal em um dueto. O grito é tão alto que cobre a maioria dos sons produzidos na mata. É mais freqüente ao amanhecer ou escurecer, embora possa ser escutado no meio do dia ou à noite.O chamado do acauã tanto é considerado de bom, como de mau agouro, dependendo da região do país. Em alguns lugares, acredita-se que anuncia a morte de alguém da casa, enquanto em outros, a chegada da boa sorte e fortuna. No nordeste do Brasil, diz a lenda que se o acauã cantar em uma árvore seca, o ano será de seca, se for em uma árvore com folhas, a chuva será boa.Pode ser observado em toda a RPPN, em seus vôos ou escutado. É mais freqüente vê-lo pousado nas árvores às margens dos rios Cuiabá e São Lourenço, nas matas secas da parte central ou sul, bem como nos cerradões da parte norte.