
Amassa-barro (BM), João-de-barro .Furnarius rufus
Período Reprodutivo: julho a novembro
Locais de observação: Cambarazal, Campo, Cerrado.
Você encontra essas informações na página 155 do Guia das Aves
Uma das aves mais conhecidas ao sul da Amazônia por seu característico ninho de barro. Incansavelmente construído a partir de pelotas de barro amassadas (razão dos nomes comuns), misturadas a folhas e gravetinhos, o joão-de-barro adquiriu a fama de trabalhador incomparável e exemplo para os preguiçosos. Pelo tamanho de cada pelota, a casa construída pelo casal é de uma estrutura admirável. Em cerca de duas semanas está pronta para uso. No interior, há a câmara onde é feito o ninho propriamente dito, com gravetos e forrado de folhas. Entrada estreita, com um pequeno corredor até o ninho. Essa forma deu origem a uma das maiores lendas dessa ave. Sentindo-se traído pela companheira, o macho a encerraria no ninho para morrer. É claro, pelo tamanho de cada pelota carregada, que isso é impossível. Provavelmente, ninhos abertos com esqueletos de filhotes ou adultos mortos levaram a essa interpretação. O ninho é construído em galhos horizontais de árvores nas bordas de mata e capões. Essa espécie é ave de ambiente aberto, não penetrando na mata. No Pantanal, utiliza-se dos cupinzeiros como base para seu ninho, para permanecer fora da área de inundação, por utilizá-lo o ano inteiro. Após a reprodução, casal e filhotes dormem em seu interior. Moirões de cerca e postes também servem de base. Se não é perseguido, caminha tranqüilamente em terreiros e jardins, algumas vezes construindo ninhos em vigas de casas. Habita áreas urbanas, como as cidades de Poconé e Cuiabá, no Pantanal. Também é interessante como, ocasionalmente, mais de um ninho é construído sobre o antigo. Fazem verdadeiros edifícios de apartamentos nesses casos. Alimenta-se de insetos, pegos no chão em caminhadas com seu característico porte ereto, de passadas medidas. Ao voar, nota-se a faixa amarelada nas asas. O corpo é todo amarronzado, mais claro no ventre. De perto, nota-se a garganta branca e a faixa superciliar. Ocorre em todos os ambientes abertos da RPPN, sendo observado nos jardins do hotel em Porto Cercado. Pela manhã, mas também a qualquer hora do dia, o casal faz um dueto alto, próximos entre si, enquanto entreabrem e batem um pouco as asas. Começa com sílabas separadas, acelerando e aproximando-as no final. Gostam de cantar perto do ninho. Depois que o joão-de-barro abandona um ninho, várias aves utilizam-no para reprodução, como os canários-da-terra, tuins, andorinhas e outras. A estrutura resiste por anos à chuva.
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